ATA DA VIGÉSIMA PRIMEIRA SESSÃO SOLENE DA SEGUNDA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEGUNDA LEGISLATURA, EM 09.06.1998.

 


Aos nove dias do mês de junho do ano de mil novecentos e noventa e oito reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às dezessete horas e trinta e seis minutos, constatada a existência de “quorum”, o Senhor Presidente declarou abertos os trabalhos da presente Sessão, destinada a homenagear os sessenta e oito anos de fundação da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul e à entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Eudes Antidis Missio, respectivamente, nos termos do Requerimento nº 23/98 (Processo nº 370/98) e do Projeto de Lei do Legislativo nº 08/98 (Processo nº 502/98), de autoria do Vereador João Dib. Compuseram a MESA: o Vereador Clovis Ilgenfritz, 1º Vice-Presidente da Câmara Municipal de Porto Alegre, presidindo os trabalhos; o Senhor Newton Burmeister, Secretário de Planejamento Municipal, representando o Senhor Prefeito Municipal de Porto Alegre; o Engenheiro Sérgio Bottini, Presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; o Senhor Eudes Antidis Missio, Homenageado; o Engenheiro Romano Botin, Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; o Senhor Flavio Vaz Neto, Secretário Estadual de Transportes; o Desembargador Manoel Velocino Pereira Dutra, representando o Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul; o Arquiteto Osni Schroeder, Presidente do Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, CREA; o Senhor Guilherme Socias Villela, Presidente da AGERGS; o Senhor Luiz Alberto Tirelli Lopes, representando a Secretaria Estadual das Obras Públicas; o Senhor Gil Soares Almeida, representando a Secretaria Estadual de Administração; o Vereador Reginaldo Pujol, 3º Secretário da Casa. Ainda, como extensão da Mesa, foram registradas as presenças da Senhora Nayr Missio, esposa do Homenageado; dos Senhores Rafael e Cristine Missio, filhos do Homenageado; da Senhora Laís Salengue, Diretora-Superintendente da Fundação Metropolitana do Planejamento, METROPLAN; do Senhor Valter Azevedo, representante do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre; do Senhor Luiz Fonseca, representante do Senador Pedro Simon; dos Deputados Hugo Jiudice Paz e Luiz Roberto Pont; do Senhor Athos Cordeiro, Presidente do Sindicato das Indústrias da Construção Pesada, SICEPOT; do Engenheiro Enri Carlos Reolon, representante do Sindicato da Indústria da Construção Civil; do Jornalista Verdi Faccini, representante da Associação Riograndense de Imprensa, ARI; do Senhor Jorge Branco, Secretário Municipal Substituto do Planejamento; de diretores e funcionários da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul e de amigos do Senhor Eudes Antidis Missio. Também, foi registrado o recebimento de correspondência alusiva à presente solenidade, de autoria do Senhor Ricardo Portela Nunes; do Senhor Luiz Antônio Tirello, Secretário do Trabalho, Cidadania e Assistência Social; do Senhor Nelson Boeira, Secretário Estadual da Cultura; do Senhor Hugo Eugênio Fleck e família; do Senhor Edemar Tutckian, Secretário Estadual de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais; do Senhor Iso Pedro Menta, Presidente da Federação dos Sindicatos de Empresas de Transportes do Estado; do Senhor Erídio Ubiraçu Nunes de Oliveira, Tenente-Coronel Comandante da Brigada Militar; do Senhor Marcos Vinícius Gravina, representante do Expresso Caxiense. A seguir, o Senhor Presidente convidou a todos para, em pé, ouvirem à execução do Hino Nacional e, após, concedeu a palavra aos Vereadores que falariam em nome da Casa. O Vereador João Dib, em nome das Bancadas do PPB, PTB, PSDB, PSB e PPS, saudou o transcurso dos sessenta e oito anos da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, discorrendo acerca das contribuições dessa Entidade para o crescimento gaúcho. Ainda, congratulou-se com o Senhor Eudes Antidis Missio, afirmando ser Sua Senhoria um exemplo de profissional qualificado e cidadão consciente de suas funções na sociedade. O Vereador Guilherme Barbosa, em nome da Bancada do PT, afirmando que as histórias da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul e do Senhor Eudes Antidis Missio encontram-se interligadas, registrou a importância dos debates referentes à área de engenharia quando da análise de caminhos para a busca do desenvolvimento integral de uma cidade. A Vereadora Clênia Maranhão, em nome da Bancada do PMDB, registrando a amizade que a une ao Senhor Eudes Antidis Missio, salientou a competência e capacidade administrativa de Sua Senhoria. Também, discorreu acerca da importância do vínculo da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul com o poder público, agradecendo a participação ativa dessa Instituição nos debates relativos à Porto Alegre. O Vereador Reginaldo Pujol, em nome da Bancada do PFL, declarou ser o Senhor Eudes Antidis Missio um dos responsáveis pelo engrandecimento da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, afirmando ser essa Instituição marcada pela defesa e qualificação profissional da categoria que representa e pela preocupação com a Cidade de Porto Alegre. O Vereador Isaac Ainhorn, em nome da Bancada do PDT, registrou seu total apoio à iniciativa do Vereador João Dib, de reunir em uma única solenidade as homenagens hoje realizadas pela Casa, relatando dados do currículo do Senhor Eudes Antidis Missio e ressaltando a vinculação desses dados com a história da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul. Após, o Senhor Presidente concedeu a palavra ao Senhor Sérgio Bottini que, em nome da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, agradeceu a homenagem prestada pela Casa. Em continuidade, o Senhor Presidente convidou o Vereador João Dib e o Senhor Newton Burmeister a procederem à entrega, respectivamente, do Diploma e da Medalha referentes ao Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Senhor Eudes Antidis Missio, concedendo a palavra ao Homenageado, que agradeceu o Título recebido. A seguir, o Senhor Presidente convidou os presentes para, em pé, ouvirem à execução do Hino Riograndense, agradeceu a presença de todos e, nada mais havendo a tratar, declarou encerrados os trabalhos às dezenove horas e trinta e cinco minutos, convocando os Senhores Vereadores para a Sessão Ordinária de amanhã, à hora regimental. Os trabalhos foram presididos pelo Vereador Clovis Ilgenfritz e secretariados pelo Vereador Reginaldo Pujol, 3º Secretário. Do que eu, Reginaldo Pujol, 3º Secretário, determinei fosse lavrada a presente Ata que, após distribuída em avulsos e aprovada, será assinada pelos Senhores 1º Secretário e Presidente.

 


O SR. PRESIDENTE (Clovis Ilgenfritz): Estão abertos os trabalhos da presente Sessão Solene destinada a homenagear os 68 anos de fundação da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul e a entregar o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Engº Eudes Antidis Missio, cuja proposição é de autoria do Ver. Engº João Dib, e foi aprovada pela unanimidade dos Srs. Vereadores.

Convidamos, para compor a Mesa, o representante do Sr. Prefeito Municipal em exercício, Sr. Newton Burmeister, Secretário de Planejamento Municipal; o nosso homenageado, Sr. Eudes Antidis Missio; Engº Sérgio Bottini, Presidente da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; Engº Romano Botin, Presidente do Conselho Deliberativo da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul; Sr. Flávio Vaz Neto, Secretário Estadual de Transportes; Desembargador Manoel Velocino Pereira Dutra, representante do Tribunal de Justiça do Estado; Arquiteto Osni Schroeder, Presidente do CREA do Rio Grande do Sul e representando também o CREA de São Paulo; Sr. Guilherme Socias Villela, Ex-Prefeito de Porto Alegre e Presidente da AGERGS; Sr. Luiz Alberto Tirelli Lopes, representante da Secretaria Estadual das Obras Públicas; Sr. Gil Soares Almeida, representante da Secretaria Estadual de Administração.

Convidamos todos os presentes para, em pé, ouvir o Hino Nacional.

 

(Executa-se o Hino Nacional.)

 

O SR. PRESIDENTE: Está com a palavra o Ver. João Dib, que falará em nome das Bancados do PPB, PTB, PDT, PSDB, PSB e PPS.

 

O SR. JOÃO DIB: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa.) Estamos reunidos aqui por duas razões. Primeiro, para dizer à Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, que amanhã completa sessenta e oito anos, que a Cidade é profundamente grata, Presidente Bottini, por tudo aquilo que a Sociedade tem feito ao longo desses sessenta e oito anos para que Porto Alegre tenha uma vida melhor, para que o nosso Rio Grande do Sul também tenha uma vida melhor.

Eu poderia citar uma série de acontecimentos em que a Sociedade de Engenharia, desde o primeiro dia de sua criação, esteve presente, em tudo o que diz respeito à técnica, ao desenvolvimento e ao crescimento especialmente da nossa Porto Alegre, mas também do nosso Estado. O DAER começa na Sociedade de Engenharia; a travessia da Ponte do Guaíba, memorável debate entre engenheiros da mais alta qualidade, do mais alto significado da Sociedade de Engenharia; a idéia do metrô, do trolebus; o Aeroclube do Rio Grande do Sul; o Plano Diretor de Porto Alegre. Quantas contribuições vêm da Sociedade de Engenharia para que Porto Alegre, que tem uma longa história de Plano Diretor, tenha um bom Plano Diretor! O Código de Edificações, várias vezes alterado, mas sempre com a contribuição da Sociedade de Engenharia; o Código de Proteção Contra Incêndio, que é um dos mais avançados do Brasil, também tem a contribuição da Sociedade de Engenharia.

Lembro que, quando Prefeito, já havia sido iniciado na Administração do meu irmão, Prefeito Guilherme Socias Vilella, o Código de Edificações. E o Conselho Nacional de Pesquisa Urbana nos dizia que ofereceria uma minuta de código. Esse Código que nós tínhamos havia sido feito pelos engenheiros da Secretaria Municipal de Obras e Viação, do Planejamento, com a participação efetiva da Sociedade de Engenharia e também do Instituto Brasileiro dos Arquitetos. Quando nos deram a minuta de código, nós entregamos a nossa. E a minuta de código do Conselho Nacional de Pesquisas Urbanas havia sido feita por técnicos alemães; a nossa era “crioula”, era porto-alegrense, era nossa. Eles se arrependiam de ter gasto dinheiro com os alemães, porque a solução estava mesmo aqui, com os nossos engenheiros, com os nossos arquitetos, com os nossos cidadãos, não tão divulgados, mas absolutamente competentes e sérios.

É por isso, então, meu caro Presidente, que eu dizia que estamos aqui para, por unanimidade, dizer à Sociedade de Engenharia “muito obrigado”. Mas também dizer à Sociedade de Engenharia, que agora está resolvendo mais um problema desta Cidade, que é a Rua 24 Horas - uma preocupação que o Ex-Prefeito Vilella tinha com a área central -, que agora está sendo ajudada pela Sociedade de Engenharia, juntamente com a Prefeitura, para que aquela área, que até bem pouco tempo era uma péssima apresentação para o Centro da nossa Cidade, especialmente à noite, se torne algo que possa ser um cartão de visita maravilhoso. E quando nós dizemos “obrigado”, afirmamos que temos absoluta convicção de que a Sociedade de Engenharia vai continuar com o mesmo entusiasmo, com o mesmo carinho, atendendo a sua Porto Alegre amada, o seu Rio Grande e o seu Brasil.

Por outro lado, depois de 27 anos nesta Casa, pela quinta vez assomo a esta tribuna para saudar alguém para quem eu propus um título de Cidadão de Porto Alegre, e a Câmara Municipal, por unanimidade, aprovou. Eu não vou fazer um longo discurso, até porque eu não teria condições de dizer para ninguém daqui as qualidades do Eudes Missio, mas, mais ainda, eu sou fã de auditório dos discursos do Eudes Missio, mesmo quando Prefeito, várias vezes, eu solicitei cópias dos seus pronunciamentos. Então, eu não vou falar das suas qualidades, mas ele deve ter extraordinárias qualidades, porque se hoje ele está recebendo o Título de Cidadão de Porto Alegre, ele tem mais uma dezena de títulos de Cidadão e, realmente, merece.

Com muito orgulho que em 27 anos, pela quinta vez, venho aqui. Quero dizer que o antecessor na minha proposição é outra figura que está na Mesa, que também é extraordinária: Guilherme Socias Villela.

Mas, meu querido Eudes Missio, ninguém faz nada sozinho, ninguém vive toda a vida a não ser em momentos, e a vida é feita de momentos. Hoje, é um momento extremamente importante para ti. É um momento de felicidade, é um momento de realização, quando a sociedade que tu convivestes, que tu ajudastes a torná-la grande, está aqui junto contigo, um Vereador-Engenheiro está na tribuna dizendo que tu és um bom cidadão. É um momento extraordinário, mas a vida, como eu disse, é feita de momentos e este momento deve ser guardado numa conta especial, num livro especial, num álbum, porque virão outros momentos, por certo, que não serão tão bons, tão gloriosos, não serão tão satisfatórios e aí, tu hás de encontrar força neste momento, nesta data, neste dia. Aqui estão pessoas que foram teus professores, que estão te aplaudindo, mas também ninguém faz nada sozinho, eu disse. A tua esposa também merece uma parte desse Título de Cidadão que tu estás recebendo hoje, mas, o mais importante de tudo é que os teus filhos, o Rafael Neto e a Cristina, podem olhar com orgulho, com tranqüilidade para o seu pai e dizer: “Nós temos um exemplo”. Isso sim é extremamente importante.

De resto, só nos cabe dizer que agradecemos por tu teres aceito ser homenageado por esta Casa, por unanimidade, homenageado pela Cidade de Porto Alegre, portanto; porque os Vereadores são a síntese democrática de todos os cidadãos, só nos cabe dizer que vamos continuar exigindo a tua contribuição, o teu trabalho profícuo; teu trabalho, muitas vezes, desinteressado, a maior parte das vezes desinteressado, mas absolutamente essencial para a continuidade da vida da sociedade em que tu vives.

Então, cabe-nos dizer muito obrigado. Saúde e paz para todos.

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Registramos a presença dos Vereadores João Carlos Nedel, Reginaldo Pujol, Isaac Ainhorn, Guilherme Barbosa e João Dib, que já fez uso da palavra. Como extensão da Mesa, fazemos uma referência especial à esposa do homenageado, Sra. Nayr Missio, e aos filhos Rafael e Cristine Missio. Citamos, ainda, a Diretora-Superintendente da METROPLAN, Sra. Laís Salengue; o representante do Conselho de Cidadãos Honorários de Porto Alegre, Sr. Válter Azevedo; o representante do Senador Pedro Simon, Sr. Luiz Fonseca; o Deputado Hugo Jiudice Paz; o Deputado Luiz Roberto Pont; o Presidente do SICEPOT - Sindicato das Indústrias da Construção Pesada, Sr. Athos Cordeiro; o representante do Sindicato da Indústria da Construção Civil, Eng. Enri Carlos Reolon; o representante da Associação Rio-grandense de Imprensa - ARI, Jorn. Verdi Faccini; e o Secretário Substituto do Planejamento do Município, Sr. Jorge Branco. Queremos, também, passar às mãos dos nossos homenageados, telegramas dos Srs. Ricardo Portela Nunes; Luiz Antônio Tirello, Secretário do Trabalho, Cidadania e Assistência Social; Nelson Boeira, Secretário Estadual da Cultura; Hugo Eugênio Fleck e família, do Sr. Edemar Tutckian, Secretário Estadual de Desenvolvimento e dos Assuntos Internacionais, fax do Sr. Iso Pedro Menta, Presidente da Federação dos Sindicatos de Empresas de Transportes do Estado do Rio Grande do Sul, do Sr. Erídio Ubiraçu Nunes de Oliveira, Ten. Cel. Comandante da Brigada Militar, e do Sr. Marcos Vinícius Gravina, representando o Expresso Caxiense. Registramos com muita satisfação as presenças da Vera. Clênia Maranhão e do Ver. Pedro Américo Leal.

Tem a palavra o Engenheiro, Ver. Guilherme Barbosa.

 

O SR. GUILHERME BARBOSA: (Saúda os componentes da Mesa.) Em princípio, duas homenagens num mesmo momento, a um novo cidadão honorário de Porto Alegre e à Sociedade de Engenharia do Estado do Rio Grande do Sul. Mas tem tudo a ver. O Engenheiro e Ver. João Dib foi muito feliz, porque a história de um está ligada à vida de outro, durante um certo período.

A sociedade de Engenharia, com os seus 68 anos, tem-nos orgulhado bastante pelo seu trabalho, pela sua história. É uma entidade associativa que não só se preocupa com o lazer dos seus componentes, mas também, sob o meu ponto de vista, principalmente, se preocupa em levar o conhecimento técnico de seus sócios à melhora da vida de todos na Cidade e no nosso Estado. Nós temos a Sociedade de Engenharia, com sede no Centro da Cidade, nós temos o Acampamento do Engenheiro, na Pedra Redonda, com parque de lazer muito bom, com centro de discussão, espaços de debate, de palestras; enfim, hoje, é um local de muita qualidade e tem permanentemente estado junto nos momentos em que a sociedade precisa ter uma opinião técnica sobre os assuntos que estão no debate da sociedade. Isso é importante e tem sido marcante na sociedade, não tem fugido desse seu papel de orientador da sociedade no que diz respeito às questões técnicas do nosso Estado e da nossa Capital. Acho que isso é importante, já foi citado pelo Ver. João Dib e é destaque neste momento em que vivemos essa iniciativa, sob a Presidência de V. Exa. que é a implementação da Rua 24 horas que, numa parceria com a Prefeitura de Porto Alegre, vai requalificar uma parcela importante da nossa Cidade. Com certeza trazendo uma melhor forma de usufruto da nossa Cidade, quando as pessoas estão se afastando do Centro, com medo da violência, quando as pessoas estão se afastando sem ter, de fato, o que fazer no Centro depois das 18 horas. Essa iniciativa busca de volta o convívio e faz com que a gente tenha um espaço de viver a Cidade para depois do período de trabalho.

Então, este é um momento importante da Sociedade de Engenharia que completa 68 anos. Nesta história, se nós formos contar a história da sociedade de Engenharia, uma parte dela está exatamente no Engenheiro Eudes Missio. Nós estávamos conversando e, sem querer, o Engenheiro Missio me fez um elogio, quando ele me perguntou, há pouco, quando eu tinha sido seu aluno - porque tinha ficado orgulhoso, porque, a partir de 89, eu tinha assumido a Direção do DMAE; eu não fui, não tive a honra de ser aluno do Engenheiro Eudes Missio, porque não sou gaúcho, minha graduação foi feita em outra Universidade Federal. Mas, ao vir a Porto Alegre, ao vir ao estado do Rio Grande do Sul já militando na área de Engenharia, no Sindicato dos Engenheiros e cursando o meu mestrado aqui na UFRGS, já nos cruzávamos nos corredores, já sabíamos da militância do Engenheiro Missio na Sociedade de Engenharia, no CREA, onde, enfim, se discutissem as questões de Engenharia de fato estava o Engenheiro Eudes Missio.

Portanto, a Cidade está de parabéns, não só V.Sa., hoje, ao receber este Título, mas a Cidade também agradece o trabalho que tem sido feito por V. Sa. Em outras ocasiões, tenho felizmente repetido isso muito, há títulos que são dados por esta Casa de uma maneira formal porque de fato a Cidade já o acolheu há muito tempo como Cidadão de Porto Alegre. Portanto, nós também estamos de parabéns. Um grande abraço. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: A Vera. Clênia Maranhão está com a palavra pela Bancada do PMDB.

 

A SRA. CLÊNIA MARANHÃO: (Saúda os componentes da Mesa e os demais presentes.) Rompendo o ciclo dos homens, arquitetos e engenheiros, que falaram, também devido a iniciativa, acolhida por unanimidade nesta Casa, do Ver. João Dib, gostaria de dizer que não poderia deixar de estar, aqui, nesta tarde, representando o meu Partido, o PMDB, para falar desta dupla homenagem que a Câmara presta à Sociedade de Engenharia e ao meu amigo Eudes Antidis Missio. Não porque não seja da área de engenharia, da construção, da arquitetura é que não vou falar da importância das ações para Porto Alegre que marcaram a trajetória, de quase um século, da Sociedade de Engenharia.

Não vou me deter em falar do Prof. Missio, do quanto foi importante na formação dos engenheiros das gerações de seus alunos, da sua capacidade técnico-administrativa e de seu desempenho profissional.

Sou assistente social de profissão e estou Vereadora no meu segundo mandato nesta Casa. Quando aqui chegamos e nos fazemos Vereadores, descobrimos que temos que nos tornar especialistas em todas as coisas da Cidade e temos que decidir, em nome do povo, pelos destinos da Cidade, a qual representamos. É uma responsabilidade enorme e a decisão, os votos que aqui damos, são mais justos ou menos justos, dependendo de dois mecanismos que, acredito, são fundamentais para esta representação: primeiro, é escutar o povo que nos elegeu e que aqui nos colocou. Segundo, é nos valermos dos conhecimentos técnicos dos representantes das instituições que constróem esta Cidade. Dentro dessa perspectiva, todos os Vereadores sabem da importância da postura que tem desenvolvido a Sociedade de Engenharia, que tem garantido sempre, por meio de suas comissões técnicas, o vínculo com o poder público e que tem, inclusive, participado de decisões desta Casa, dando os subsídios fundamentais para a justeza das nossas decisões.

Quem é Vereador do mandato anterior sabe o que significou para nós a iniciativa do acompanhamento dado na discussão do Centro 24 horas. E nós que somos Vereadores deste mandato temos uma responsabilidade enorme, porque nós vamos votar o novo Plano Diretor de Porto Alegre. Definiremos aqui as regras que regerão os caminhos que levarão os cidadãos do futuro de Porto Alegre. De novo a Sociedade de Engenharia tem sido parceira ímpar e tem-nos dado a segurança necessária para nossas decisões técnicas.

Eu queria dizer para o Engenheiro Missio que voltei a aplaudir a iniciativa do Ver. Dib, assim como todos os Vereadores desta Casa fizeram. E olhem que eu nem conhecia essa faceta, apontada pelo Ver. Dib, da competência do discurso do Missio. Nunca escutei o Missio falar, mas conhecia, como todo o porto-alegrense, a sua competência, a sua capacidade administrativa. Mas quem é amigo do Missio sabe que o Missio tem uma característica ímpar, uma capacidade que, infelizmente, pelo estresse das nossas vidas, pelo excesso de responsabilidade das nossas profissões e pela contingência desse tipo de estrutura de sociedade do final de século é tão difícil de manter: a capacidade de ter humor.

Quem conhece o Missio sabe que ele consegue, além de toda essa parte profissional, técnica, transmitir tudo isso de uma forma absolutamente clara para todas as pessoas. Não há quem não entenda algo que o Missio explique.

Então, eu queria parabenizar o Ver. João Dib por nos dar a possibilidade de tornar pública a importância que a sociedade de engenharia tem para as decisões da Câmara Municipal de Porto Alegre e por podermos homenagear o Missio. O Missio tem uma qualidade fundamental que é a capacidade de ser feliz e de, externando o seu humor, fazer feliz também os seus amigos. Muito obrigada.

 

(Não revisto pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE: Com a palavra o Ver. Reginaldo Pujol , que falará em nome do PFL.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e os demais presentes.) A Casa, hoje, realiza uma dupla solenidade. Uma Sessão Solene, que se destina a homenagear os sessenta e oito anos da Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, e a entrega do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao Sr. Eudes Antidis Missio. Como foi dito, as duas figuras homenageadas fazem intercâmbio entre si. A primeira por ser uma grande entidade dos engenheiro e dos arquitetos do Rio Grande do Sul. A segunda figura, por ser um dos responsáveis, ao longo do tempo, para que essa entidade fosse engrandecida, como foi, possibilitando que se tornasse hoje esse símbolo de representação profissional. Isso faz com que a nossa Sociedade de Engenharia seja, por todos, proclamada como um paradigma a ser referenciada entre as muitas entidades que aqui no extremo Sul da Pátria representam os vários segmentos sociais, que dão os contornos da sociedade gaúcha.

Tivemos uma tarde especial, aqui acorreram inúmeras pessoas que vêm se solidarizar com o gesto deste Legislativo, gesto esse que teve início na iniciativa do Engenheiro Ver. João Antonio Dib que, em inspirado momento, diligenciou na proposta que se transformou em realidade pela manifestação unânime dos manifestantes da Casa. A presença de um homenageado tão prestigiado perante a sua categoria, e a circunstância com que, conjuntamente, se realiza esta homenagem. A Sociedade de Engenharia faz com que aqui venha Plínio Almeida, Antonio Carlos Pereira de Souza, José Rocha Paiva, Oscar Souza Trindade, Rui Medeiros, Enzo, e outros tantos. Isso só para citar aqueles profissionais da área pública com os quais eu convivi e sobre os quais eu tenho condição de depor e saber, como efetivamente sei, que eles aqui não estariam não fosse a relevância do motivo que os trouxeram: homenagear a sua entidade de classe e, da mesma forma, homenagear um companheiro de jornada que, ao longo do tempo, se impôs perante sua categoria profissional. Referi-me somente àqueles que fazem parte do meu relacionamento em torno da coisa pública, outros tantos eu poderia me referir desde o Athos, o Pont, o Portela, enfim, quantos que praticamente superlotam as nossas dependências.

Sou advogado, isso é sabido, juntamente com a companheira de representação popular Vera. Clênia Maranhão, poderíamos, em parte, estar dissonante neste momento, eis que uma surpresa agradável me salva no derradeiro momento. Relendo a Exposição de Motivo do Ver. João Dib, deparo com o fato, altamente alvissareiro, de que o nosso homenageado além de ser um brilhante engenheiro, que todo o Rio Grande do Sul conhece e proclama, também é um integrante da minha categoria profissional, pois entre 1988 e 1996, na Universidade Federal do Rio Grande do Sul graduou-se em Ciência Jurídicas e Sociais. Ver. João Dib, sabidamente a presença maciça dos colegas engenheiros e arquitetos concentraria a homenagem nessa característica profissional, tão bem demonstrada pelo Eudes. Quantas atividades, na área pública e na área privada, ele desenvolveu, tínhamos que ter uma desconfiança, desconfiança que agora se realiza, tamanho é o contato com a coisa pública que só poderia despertar para o equilíbrio da balança, a balança da justiça. Aliás, eu sempre disse, discutindo com o Dr. Dib - que todos sabem que é aquele que mais intimidade tenho pelas atividades que em conjunto tivemos, e durante o ano passado esteve conosco na Comissão de Constituição e Justiça -, que um engenheiro, quando aprende a ler, se transforma em um homem de qualificação impressionante, porque alia sua capacidade técnica, a sua competência para tratar com as coisas exatas, fixas, certas, com a sensibilidade que a Ciência Jurídica propicia. O Eudes se antecipou porque, ao longo dos cargos que ocupou, desde os tempos do DMLU, que a gente percebia algo diferente que o credenciava a se transformar não só em um colega de profissão deste modesto Vereador, mas como cidadão de Porto Alegre, portador de todos os méritos pelo grande e inestimável trabalho que realizou dentro da sociedade porto-alegrense em mais de uma dezena de funções que ocupou em diferentes entidades públicas e em várias entidades privadas, onde sempre mostrou a sua competência e a sua qualificação.

Por isso, me sinto extremamente feliz em poder me manifestar nesta Sessão Solene, primeiro, rendendo as minhas homenagens à Sociedade de Engenharia e em um plano mais efetivo assinalando a minha satisfação pessoal de pertencer a uma Casa Legislativa cujos integrantes são muito rigorosos em estabelecer o seu juízo com relação aos vultos da nossa comunidade, mas que sabem fazer justiça e proclamar os méritos daqueles que têm se realizado nas atividades nas quais se decidiram servir à sociedade e à gente de Porto Alegre.

O Eudes nas atividades que desenvolveu se enquadrou exponencialmente e por tudo isso se transformou em um Cidadão Honorário de Porto Alegre, e o foi com todas as glórias e méritos. A minha alegria fica profundamente agigantada ao lembrar que desde 80 até 84, mais precisamente entre 83 e 84, tive a oportunidade de conviver com o Eudes no Conselho Municipal do Plano Diretor, e lá eu percebi a sua preocupação com a Cidade de Porto Alegre, com o seu crescimento, com o seu desenvolvimento organizado e, sobretudo, com uma cidade que não fosse engessada e que não fosse desligada do contexto social onde ela se encontra inserida.

Nós, mais uma vez, temos diante desse desafio, como que uma imposição que é a nossa condição de representante popular. E nesta hora certamente, como a Vera. Clênia Maranhão já anteviu, iremos, mais uma vez, buscar algumas explicações contigo - tu, que és imbatível na arte de explicar as coisas. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: O Ver. Isaac Ainhorn está com a palavra para falar em nome da Bancada do PDT.

 

O SR. ISAAC AINHORN: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) A Bancada do PDT estava suficientemente bem representada pelo ilustre Ver. João Antônio Dib, que falava também pela Bancada do Partido Democrático Trabalhista. No entanto, eu não resisti, confesso, meu caro homenageado, Dr. Eudes, de me pronunciar nesta Sessão, mesmo porque por razões inúmeras nós deveríamos, como Bancada, nos manifestar tanto em relação ao homenageado Eudes Missio como em relação à Sociedade de Engenharia. Eu creio que a iniciativa do Ver. João Dib em reunir as duas homenagens tem uma absoluta procedência. Para me manifestar em nome da Bancada do meu Partido, tinha feito - confesso - uma linha de raciocínio, mas a condição de último orador me obrigou a mudar a linha de raciocínio, porque a minha formação profissional também é de Bacharel em Direito e o ilustre Ver. Reginaldo Pujol pegou a mesma linha de raciocínio. Mas, para falar da Sociedade de Engenharia, da história da Engenharia no Rio Grande do Sul e no Brasil e falar de Eudes Missio, são tarefas que, rigorosamente, não são difíceis, porque a história tanto da instituição, como desta figura extraordinária, cuja contribuição se adecúa plenamente à Lei que regula a concessão de títulos, estão de acordo com os relevantes serviços prestados à sociedade porto-alegrense.

É isso que nós identificamos no vasto currículo do Dr. Eudes Missio, que é um trabalhador incessante e constante no exercício das suas atividades e o seu currículo é algo extraordinário, cuja história de trabalho é uma história de dedicação, e sobretudo, de inquietação, porque quarenta anos depois que ele se formou pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, na Escola de Engenharia, na centenária Escola de Engenharia, ele retornou trinta anos depois à mesma Universidade Federal e ingressou na Faculdade de Ciências Jurídicas e Sociais, como bem colocou o Ver. Reginaldo Pujol. O seu currículo é algo maravilhoso, que orgulha Porto Alegre em todos os aspectos, pelas menções, pelas suas participações tanto em atividades públicas, como atividades privadas. É extraordinário.

Mas há algo extremamente importante no seu currículo e que aqui não foi mencionado, e nós descobrimos como uma verdadeira pérola, a identificação universal do Dr. Eudes Missio quanto à condição de nacionalidade, ele identifica algo que poderia se constituir numa verdadeira heresia, numa estranheza: há alguns anos atrás, ele se identifica com nacionalidade brasileira e italiana, esse jovem da Cidade de Concórdia que também hoje já é, por força de Lei, porto-alegrense. Ele tem essa dupla condição, de brasileiro e de italiano - suas raízes, das quais ele se orgulha muito e refere - porque foi buscar, legalmente, junto à civilização italiana, romana, a sua condição de também ser italiano. Esse é um fato extremamente importante, num momento em que o mundo chega ao terceiro milênio e certos preconceitos foram totalmente arredados. Esse é um dado que gostaríamos de agregar nessas considerações sobre a figura do nosso homenageado.

Por outro lado, a Sociedade de Engenharia; há pouco tempo comemoramos o centenário da Escola de Engenharia. E é muito importante referir que nos orgulhamos dessa estrutura de conhecimento e trabalho, que é a engenharia brasileira, e nos orgulhamos, sobretudo, sem qualquer bairrismo, da engenharia rio-grandense, essa que nasceu sob a inspiração filosófica do Positivismo no final do século passado, juntamente com as duas vetustas faculdades: a Faculdade de Direito e a Faculdade de Medicina. Pois a nossa engenharia, sem xenofobismo de qualquer espécie, em todos os níveis, é uma engenharia que nos orgulha, e a Sociedade de Engenharia está no quotidiano da participação das nossas vidas, como aqui foi referido na questão do Centro 24 Horas, em que a Sociedade de Engenharia teve um papel decisivo quando se iniciou o processo de debate da criação desse Centro aqui nesta Casa, no Poder Legislativo. Porque também nós cometemos, muitas vezes, o erro positivista de supervalorizar os executivos e esquecermos, olvidarmos muito do papel do Legislativo. Foi aqui que o Dr. Bottini esteve trabalhando na questão do Centro 24 Horas, do Plano Diretor, e o próprio homenageado, o próprio Cidadão de Porto Alegre, Eudes Missio, já representou e já esteve presente no Conselho Municipal do Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano da Cidade de Porto Alegre, que funciona junto à Secretaria de Planejamento. Estadualmente, nem se precisa falar das estradas que rasgaram este Rio Grande e este País, onde há sempre a presença de um Engenheiro, cuja tecnologia também exportamos para o mundo inteiro e se mais não se faz é pelas condições adversas da conjuntura.

Por isso a importância desta homenagem e do reconhecimento da Cidade de Porto Alegre a ti, Eudes Missio, uma das expressões da Engenharia porto-alegrense, rio-grandense e brasileira e à Sociedade de Engenharia. Parabéns a todos nós por este dia. (Palmas.)

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Tem a palavra o Sr. Presidente da Sociedade de Engenharia, Engenheiro Sérgio Bottini.

 

O SR. SÉRGIO BOTTINI: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) O dia de hoje é muito significativo para a Engenharia gaúcha e, em especial, para a Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul, pois hoje a entidade máter dos profissionais da área tecnológica recebe esta homenagem pelo transcurso de seu sexagésimo oitavo aniversário, e mais, simultaneamente, um de nossos ex-Presidentes, um obstinado e atuante profissional, uma pessoa íntegra, que inúmeros trabalhos tem prestado à comunidade porto-alegrense e gaúcha, recebe o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre. Particularmente tenho um carinho todo especial por esse profissional, amigo e colega, pois através de suas mãos adentrei na Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul. Falo do Engenheiro Eudes Antidis Missio.

A SERGS sente-se honrada em ser, em conjunto com a OAB, as duas mais antigas entidades de classe deste Estado. E o Missio representa essas duas categorias. As duas nasceram em 1930 e, portanto, são as duas mais antigas entidades deste Estado, representando as profissões de Engenharia e do Direito.

Profissionais de alto gabarito passaram pela Sociedade de Engenharia. Pessoas ilustres que se fôssemos colocar seus nomes passaríamos horas nominando os ilustres profissionais que passaram pelos nossos quadros, inclusive o Engenheiro João Antônio Dib, que solicitou essa Sessão para que fosse homenageada a Sociedade de Engenharia, assim como para que o nosso amigo Eudes Missio se tornasse um cidadão de Porto Alegre. O Ver. João Dib também passou por nossa entidade, e está, inclusive, sendo considerado como Engenheiro do ano. A Sociedade de Engenharia nasceu em 10 de junho de 1930, tendo como primeiro Presidente o Eng. Fernando Martins Pereira e Souza, e através destes 68 anos tivemos grandes profissionais representando esta entidade.

Haja vista que, em conjunto com o Clube de Engenharia do Rio de Janeiro e o Instituto de Engenharia de São Paulo, regulamentaram a profissão do engenheiro e do arquiteto em 1933. Mesma época em que, a partir da Sociedade de Engenharia, foi criado o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura, que muito nos honra. Assim como, ao longo de sua história, diversas entidades e autarquias foram criadas a partir da Sociedade de Engenharia, como: Sindicato dos Engenheiros, SINDUSCON, CIENTEC, DAER, entre outras. Isto demonstra o envolvimento da SERGS com a comunidade e com o desenvolvimento de nosso Estado.

Hoje, continuamos atuantes e participativos. Estamos presentes em diversos conselhos municipais, estaduais e federais, apoiando e criticando, quando necessário, esta verdadeira revolução tecnológica que estamos vivenciando, como, por exemplo, a participação da SERGS desde os primórdios do Conselho Municipal do Plano Diretor de Porto Alegre, onde nosso representante é o homenageado, Sr. Eudes Missio.

Através da SERGS, em conjunto com o Município e outras entidades representativas, estamos buscando revitalizar o centro histórico de Porto Alegre. É uma meta que direcionamos, há quatro anos, para a revitalização do Centro e, tenho certeza de que, com o apoio de todos os Senhores e de todas entidades, iremos devolver o Centro de Porto Alegre para a população.

Todo este envolvimento foi conquistado no decorrer dos anos pelos ex-presidentes que me antecederam e pela obstinação das diversas diretorias que estiveram ä frente desta sexagenária, mas revigorada entidade.

Eu desejo homenagear, neste momento, uma pessoa muito importante, membro de nossa entidade, que é o nosso querido amigo, colega e sócio benemérito que aqui está, Engenheiro Alcindo Guanabara Porto Alegre (palmas), que há mais de meio século tem contribuído brilhantemente com a SERGS com a Sociedade de Engenharia do Rio Grande do Sul e com a comunidade rio-grandense.

Saliento que todo o nosso trabalho em prol dos profissionais da área tecnológica tem sido possível e viável pela união das diversas entidades em torno de objetivos mútuos. Unidos nós nos manteremos fortes; a SERGS é patrimônio de todos nós e daqueles que fizeram sua história ao longo desses sessenta e oito anos.

Para finalizar, eu gostaria de agradecer ao Legislativo Municipal, ao Ver. e Engenheiro João Antônio Dib, esta homenagem à Sociedade de Engenharia e a outorga do Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre ao nosso ex-presidente, amigo e colega, Engenheiro Eudes Missio. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Nós estamos no momento mais solene desta Sessão. Por isso, estamos convidando o Ver. João Dib, proponente da homenagem ao Eng. Eudes Missio, e o Arquiteto Newton Burmeister, representando o Prefeito Municipal, para que, junto com o também homenageado recentemente pelo Presidente da Sociedade de Engenharia Sérgio Bottini, o nosso Alcindo Guanabara Porto Alegre, façamos a entrega do diploma e da medalha ao novo Cidadão de Porto Alegre. Chamamos , também, a esposa e filhos do homenageado.

 

(Procede-se à entrega do diploma e da medalha ao homenageado.)

 

O SR. PRESIDENTE: O homenageado, Sr. Eudes Antidis Missio, está com a palavra.

 

O SR. EUDES ANTIDIS MISSIO: Sr. Presidente e Srs. Vereadores. (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Para iniciar, peço a todos que me acompanhem no sentimento de agradecer ao meu Deus e ao meu Senhor a graça que me concedeu de poder usufruir deste momento de emoção, de convívio e de honra, mesmo que tenhamos todos a consciência - e até a certeza - da escassez dos meus méritos.

Alertou-me, certa vez, o Irmão José Otão: “Sejas breve e agradarás”. Tratarei de seguir o conselho, embora seja difícil, porque há muito para lembrar e ainda mais a agradecer. Estou aqui em processo de adiantado estado de afogamento pela aritmética do amor. Tenho que somar recordações. Devo multiplicar afetos. Quero dividir a honraria com os centenas que a construíram. Há juros de gratidão a calcular. Devo exponenciar humanos que aplainaram a minha jornada e me ensinaram a percorrê-la, alguns fraternalmente, outros paternalmente. E tenho necessidade, também, de diminuir o déficit de alguns pesadelos do passado. É que, como acontece com a minoria dos homens, também tive alguns que tentaram atravancar o meu caminho. Hoje, tal como versejou Mário Quintana, “eles passaram e eu, em Porto Alegre, passarinho”. Assim, com a alma voando pelos céus desta nossa Cidade e com a mente afogada de amor, estou feliz, muito feliz.

Prestigioso amigo, Vereador e Engenheiro Dib, por sua generosidade, hoje, mais uma vez, sou um homem encantado de haver nascido. Tenho na memória dias inesquecíveis: primeira comunhão, formaturas, casamento, nascimento do meu casal de filhos porto-alegrenses, outorga de “Engenheiro do Ano” juntamente com o meu ídolo, Professor Eurico Trindade de Andrade Neves. A data de hoje, estimado amigo Dib, é tão significativa como aquelas, pois fazem-se sagradas tal como o dia do onomástico no calendário de um velho espanhol da Inquisição. Dizia Camões que “um título de honra é melhor merecê-lo sem tê-lo, do que possuí-lo sem merecer”. Isso pode ser verdadeiro para o poeta e para os outros. Mas posso garantir a todos que ter o Título Honorífico de Cidadão de Porto Alegre me é tão espetacular que até prefiro tê-lo a apenas merecê-lo, e, por isso, não quero analisar os argumentos e o discernimento dos nossos ilustres Vereadores da nossa querida Cidade. Prefiro ficar apenas com a decisão final e agradecer o marco feliz que me foi ofertado para o resto dos meus dias.

Nesta edilidade, tenho relações que me são significativas: a Vera. Clênia Maranhão é amiga fraterna; o Ver. Guilherme Barbosa, mesmo que não tenha sido meu aluno, foi de mesmas vivências na Engenharia e até em atividades da Universidade; o Ver. Lauro Hagemann, quando ainda éramos secundaristas, grafitava como eu, correndo da polícia, nos muros da Cidade o slogan “O petróleo é nosso”; o Ver. Reginaldo Pujol, também de mesma etapa, participava dos mesmos simpósios e até de alguns saraus; o Ver. Pedro Américo Leal vizinhou comigo por quase quinze anos; o Ver. Clovis Ilgenfritz da Silva foi meu companheiro de mesma Praça, a que ligava a Faculdade de Arquitetura ao bar do Centro Acadêmico da Engenharia, e depois, já profissionais, do mesmo CREA; o Ver. Isaac Ainhorn, há mais de vinte anos, é meu amigo; o Ver. Cláudio Sebenelo e o Ver. Hélio Corbellini são irmãos de fraternos meus, do Ênio e do Luís Inácio. Assim fica fácil explicar a tramitação favorável da proposta do Ver. João Dib, amigo de muitos anos.

Estimado amigo Dib, este evento que me proporcionas pela propositura apresentada, acolhida por esta egrégia, consciente e conseqüente Câmara de Vereadores, a quem agradeço coletiva e individualmente, me impulsiona à felicidade e a uma permissível ufania.

Lembro a noite em que cheguei, pela primeira vez, a esta nossa mui leal e valorosa, em março de 1951. Depois de viajar quase vinte e quatro horas em um ônibus da operosa UNETRAL - ou a UNESUL de hoje -, cheguei estafado e deslumbrado: “Enfim, Porto Alegre!”

Desde a minha infância, eu estava vinculado a Porto Alegre pelo “Correio do Povo” - único jornal a chegar, mesmo com um atraso de dois dias - e pela Rádio Farroupilha, desde os noticiários diários até os concertos dominicais. E assim, Porto Alegre era, para meus sonhos e esperanças, a cidade mais distante, mais populosa da minha natal, Grande Concórdia. Aos 16 anos, de corpo e alma, invadi Porto Alegre para ficar e criar raízes. Aqui já desfrutei três quartos da minha vida. O táxi que me transportava da velha Rodoviária à Pensão da Independência, nº 772, percorreu aquela noite a mais fantástica alameda do Universo. Tudo me era inédito, tudo me surgia em júbilo e prazer. Na Independência, os lampiões e a decoração vistosa iluminavam os coqueiros majestosos do canteiro central e dezenas de palacetes que ladeavam o calçamento de paralelepípedos, solidamente implantados na passarela, 1951. Quase não dormi naquela noite, até o tonitroar dos bondes parecia ser música da melhor qualidade.

No dia seguinte, vasculhei o interior do meu Colégio Rosário, em mim precedido por alentada fama. Fui conhecer a localização da minha ambicionada Escola de Engenharia. Visitei o Parque Farroupilha, decantado pelo meu Professor de Latim, do Colégio Santa Maria, que entendia garantir que quando Virgílio escreveu as suas “Bucólicas” - “Titere tu patule, recubans sub tegime fagi...” - ele vivenciava um ambiente tão paradisíaco como o da Redenção. Fui à Praça da Matriz para extasiar-me com as obras da Catedral, da imponência do Piratini, do renome do Theatro São Pedro. Percorro a Rua da Praia várias vezes. A noite fiz “footing” na Andradas. Comi sanduíche de pernil na Confeitaria do Matheus, e fui ao Cinema Imperial. De madrugada, já, escrevi uma carta para os meus pais, dizendo o quanto estava contente de estar em Porto Alegre, preparando o meu futuro, mesmo sabendo o sacrifício que eles faziam para que eu pudesse desfrutar de tanto prazer e tanta esperança.

Com o decorrer dos tempos, tornei-me perito em subir e descer dos bondes, até quando andavam e a aplaudir a serventia que me prestavam, vencendo com rapidez a distancia entre o Rosário e a Praça Júlio de Castilhos para poder assistir, após a última aula da manhã, a saída das gurias do Bom Conselho. Era coisa emocionante e espetacular. E tanta, que foi lá que conheci a minha Nayr, com quem casei depois de um curto namoro de seis anos! Desde março de 1951 jamais abandonei minha Cidade. Desde então, não tive outra residência, e quando algumas vezes me afastei por algum tempo, sofri intensamente a saudade. Em Porto Alegre conheci todas as minhas grandes dificuldades: a tangente de alfa, o regulamento disciplinar do Exército, aplicado no CPORPA, o cálculo integral, a segurança para os esforços de cizalhamento, o relógio-ponto, a antropofagia das organizações e entre técnicos, o passivo exigível a curto prazo e a competição por um lugar ao sol.

Em Porto Alegre colhi minhas maiores alegrias, me refiz de algumas adversidades, fiz fraternas e sólidas amizades, conheci carinho e encontrei motivos para doar minha dedicação. Em Porto Alegre conheci 827 pessoas que suavizaram minha existência, que me proporcionaram oportunidades de realização, que compensaram meus equívocos, que me apontaram atalhos, que alegraram meus dias, que sentaram comigo à mesa para comer, para negociar e para traçar planos, que me acompanharam na solução de amarguras, que me foram solidárias e me deram toneladas de amor e exemplo de diálogo. Enquanto viver, tenho o firme propósito de jamais ser ingrato e nem trair. Não lhes contarei agora a relação dos meus credores de gratidão, pois ler a nominata de 827 pessoas demandaria 36 minutos e 40 segundos. Seria uma impropriedade para esta ocasião. Todavia, tenho os nomes listados no meu coração e na minha razão, onde estarão pelo resto dos meus dias, e cada um dos meus credores tem a certeza do meu sentimento pessoal, de minha perene gratidão, até porque muitos deles já estão na morada da paz e da glória. Por certo, por seus méritos Deus os compensarão, e por grandeza de suas almas, compreenderão minha omissão nesta hora. Ademais, identificá-los em público me provocaria um insuportável estado de ciúmes, eis que gosto de pensar que lhes sou um exclusivo devedor de afeto e de retribuição. Minha estrada foi sempre iluminada, aplainada e florida pelos que me acompanharam. Sou um caminhante feliz pela generosidade e bafejado pela sorte. Fui professor durante trinta anos na Escola de Engenharia da UFRGS, durante dezoito anos na PUC, durante sete anos na Faculdade Porto-Alegrense e fui aluno na Escola de Engenharia e na Faculdade de Direito da UFRGS e colhi durante todo esse tempo, de todos os discentes e de colegas docentes muita lição, muito carinho, e muitas vivências.

Abraço a todos os alunos que me ouviram e a todos os mestres que escutei e renovo hoje a minha oração ao Senhor Deus que os abençoe e ilumine permanentemente. Como professor universitário só colhi satisfações, até recentemente quando o Ministério da Educação afirmou que não concederia reajuste aos vis atuais salários da magistério, porque teria que estender a medida aos aposentados - “entes já improdutivos”. A dor de constatar-me enquadrado em tal demérito e em tal hostilidade, mesmo diante da realidade de que foram os professores universitários aposentados, os artífices de trajetórias de muitos ministros, só foi compensada por este Título Honorífico concedido pelo Legislativo e sancionado pelo Executivo. É verdade que nem só de pão vive o homem, especialmente se falarmos da sua alma, desculpem o desabafo! É que o local se faz oportuno e seguramente aliado. Sou Missio, eu não consigo ser omisso.

Quero agradecer a presença de todos e as manifestações recebidas com o máximo de meus sentimentos. Vejo colegas do Conselho Rodoviário, do Conselho Municipal do Plano Diretor, do DAER, do SICEPOT, da FETERGS, do CREA/RS, da minha querida Sociedade de Engenharia, das minhas Escola de Engenharia e Faculdade de Direito, dos encontros das terças-feiras e das quintas-feiras e quero abraçar a todos com devoção, gratidão e afeto. Vejo amigos fraternos e sinto a minha alma gozar de uma alegria inefável. A presença de vocês será inesquecível e nada fará descolorir na minha lembrança e no meu coração.

Finalmente, quero agradecer a minha família o sacrifício de ter suportado meu egoísmo durante todos esses anos. Nayr, minha amada, Cristine e Rafael, filhos abençoados, Sibila, mãe querida, Neuma e Neura, manas do coração, eu amo vocês. Preciso da reciprocidade de vocês, porque vocês são minha inspiração para viver.

 Beijo com carinho a memória de meu querido pai e dos meus dedicados sogros. Imagino que, “corujas” como eram, estarão festejando a iniciativa do amigo Dib, na companhia de anjos, santos e dos amigos que já estão por lá. Abraço fraternalmente a todos os meus parentes aqui presentes e reitero-lhes o meu afeto.

Tudo passa na vida: poder, saúde, luar e tempestade. Tudo, menos o amor. Ele salta por sobre os túmulos e se perpetua nas gerações. Na memória de todos os presentes fique consignado que o gesto desta Câmara, que a iniciativa do amigo, Ver. Dib, que a presença de todos encontrou em mim uma resposta de amor, uma constelação de gratidão e uma garantia de inesquecível lembrança e felicidade pessoal.

 Amanhã, estarei recuperado deste deslumbramento que hoje engana minha verdadeira dimensão. Prometo. Voltarei à planície com o mesmo sotaque, com o mesmo entusiasmo pelo presente e com a mesma cumplicidade por um futuro melhor. Haverá apenas um leve diferencial; terei dupla credencial de naturalidade: uma, do meu corpo; outra, do afeto que Porto Alegre me retribui. Quem não é porto-alegrense compreenderá a diferença. Quem é porto-alegrense, só porto-alegrense, como alguns amigos já me asseguraram, gostaria também de ser cidadão da Grande Concórdia, condição a que, vaidosamente, não renuncio. Da credencial honrosa que aqui recebo, me compreendam, não poderei separar-me. Por afeto e por documento sou agora, irrevogavelmente, um porto-alegrense igual ao melhor que já existiu, que exista ou que venha a existir.

Falei demais. Não fosse um enérgico autocontrole e uma quinta revisão da minuta inicial eu seguiria lembrando, agradecendo, esnobando, desfilando vaidades e afetos, pois só tenho preitos para acariciar, recordações para reavivar e credores para prestar.

Deus recompense a todos vocês por este evento, por suas presenças, por esta oportunidade que me foi dada e pela felicidade que me afoga.

Deus ilumine sempre esta nossa Câmara de Vereadores e conceda plena realização ao nosso imbatível amigo João Dib. Muito obrigado. (Palmas.)

 

(Não revisto pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE: Como Presidente desta Sessão Solene peço licença ao Ver. João Dib. Tudo já foi dito, Ver. João Dib, mas eu faço questão de dizer que, como membro dessa constelação que hoje conseguimos reunir aqui, graças a esta homenagem, eu tentava vislumbrar, uma por uma as pessoas que estão aqui - homens e mulheres - e imaginava que a extensão de Mesa jamais se esgotaria.

Cada um - podem crer que estou falando isso em família - tem uma história muito longa e muito bonita para o nosso Estado, para a nossa Cidade, para o nosso País. Para quem já tem os cabelos pintados de branco, como eu, conhece a história e sabe que é muito importante esta reunião. É muito importante e singular tantas cabeças, tantas personalidades, tantos cidadãos que engrandeceram e engrandecem, não só a questão da área tecnológica, da arquitetura, da engenharia, da geologia e de tantas outras profissões, mas a nossa sociedade como um todo.

A Câmara sente-se engrandecida, nos últimos meses, pela participação de uma equipe, de primeira qualidade, de profissionais que estão nos auxiliando na discussão do Plano Diretor, que são engenheiros, arquitetos, advogados, economistas.

A tradição da Sociedade de Engenharia e a personificação de uma homenagem ao novo Cidadão de Porto Alegre, Sr. Eudes Missio, é absolutamente importante para esta Casa.

Nós estávamos torcendo para que o Presidente Luiz Braz nos convocasse para presidir esta Sessão, que, para mim, foi um grande presente.

Convido a todos que cantemos o Hino Rio-grandense.

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(Executa-se o Hino Rio-grandense.)

 

O SR. PRESIDENTE: Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

 

(Encerra-se a Sessão às 19h35min.)

 

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